A valorização do salário mínimo nas últimas décadas, com aumento de 75% acima da inflação, de 2002 a 2014, não provocou o aumento do desemprego, da informalidade e da inflação – como previam as teorias econômicas conservadoras.
Esta foi a conclusão a que chegaram os debatedores do seminário Política de Salário Mínimo para 2015–2018: Avaliações de Impacto Econômico e Social.
O evento, realizado quarta (7) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e Escola de Economia de São Paulo (EESP/FGV), no Rio de Janeiro, analisou o impacto do aumento do salário mínimo no mercado de trabalho.
“Contrariamente à visão tradicional, o aumento do salário mínimo não aumentou o desemprego, a informalidade e a inflação. Houve queda na relação dívida líquida e PIB [Produto Interno Bruto]. Pelo contrário, a valorização reduziu as desigualdades e expandiu o mercado consumidor”, afirmou o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.
O economista lembrou que a política de valorização do salário mínimo, que considera a variação do PIB de dois anos anteriores e a inflação do ano anterior, foi construída em diálogo entre o governo e as Centrais Sindicais.
Para Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador da FGV, as previsões feitas pelos economistas há duas décadas não se confirmaram. “Se, em 2002, alguém falasse que o salário mínimo ia dobrar e o desemprego e a informalidade iam despencar, seria considerado louco. Estávamos todos errados, pelo menos eu e um grande número de economistas”, disse.
Segundo Barbosa, o salário creceu, o desemprego diminuiu e a informalidade despencou de 43% para 22% desde então.
Fonte: Agência Sindical
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