O secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo
Oliveira, questionou hoje (8) o que chamou de excesso de pessimismo em
relação à economia brasileira e afirmou que o país está mudando de ciclo
econômico desde o ano passado. "Não há risco de nenhum evento abrupto
na economia brasileira. O que nós teremos é uma transição: de um ciclo
de crescimento que se encerrou em 2012, 2013, e um novo ciclo que está
começando", afirmou Dyogo Oliveira.
O secretário fundamentou seu argumento apresentando
características desse novo momento. O antigo ciclo de crescimento - que
Oliveira delimitou entre 2002 e 2012, teve alguns traços marcantes, como
grande expansão da renda, do comércio internacional, do mercado de
crédito e do consumo, com a inclusão de milhões de pessoas na classe
média. "Esses números não vão se repetir no próximo ciclo. Não podemos
esperar que nossas exportações quadrupliquem de novo e que a renda tenha
essa expansão. Isso não vai acontecer. Não é mais esse o modelo".
Para Oliveira, o modelo do novo ciclo será baseado na expansão
do investimento, da infraestrutura e da capacidade produtiva: "Em
economês, o próximo ciclo depende basicamente de ganhos de produtividade
que virão desses investimentos", disse ele, que avaliou: "Estamos
passando por essa transição de forma bastante satisfatória. Há uma
grande dicotomia entre os dados e as expectativas. É bastante curioso
que os dados venham positivos e as expectativas sejam de que os próximos
dados sejam ruins. Há um excesso de pessimismo em algumas análises, mas
o que estamos vendo é que o próprio mercado vai corrigir esse
pessimismo. Aparentemente, está em curso um processo de reversão desse
excesso".
Para o secretário, os resultados do Produto Interno Bruto e da
inflação no último ano também são positivos: "Em 2013, houve mais que o
dobro do crescimento de 2012 com o mesmo nível de inflação. Esse é um
dado que deveria ser comemorado e não criticado, como aconteceu".
O secretário falou para uma plateia de representantes do mercado
de resseguros do país, no 3º Encontro de Resseguros do Rio de Janeiro,
onde participou da discussão sobre o papel da Agência Brasileira Gestora
de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), criada em agosto do ano
passado para garantir riscos que o mercado não costuma assumir, como
crédito imobiliário de baixa renda, investimentos em infraestrutura e
crédito estudantil.
"A ABGF vai atuar com riscos não gerenciáveis. Esse é o modelo
básico para viabilizar projetos e políticas públicas, como crédito para
micro e pequenas empresas, para moradia de baixa renda e estudantil.
Quando o mercado puder absorver esses riscos, é função da ABGF sair,
porque o governo não tem dinheiro para aplicar em riscos que podem ser
garantidos pelo mercado".
Fonte: Agência Brasil
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