RIO — A prefeitura contestou, nesta quarta-feira, relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Tribunal de Contas do Município (TCM) que apontam aumentos de custos do projeto do BRT Transcarioca (Barra-Aeroporto Tom Jobim), que passou de R$ 1,3 bilhão para R$ 1,9 bilhão (aumento de 46%). Uma das causas do aumento teria sido por erros de projetos do BRT. De acordo com o prefeito Eduardo Paes, apenas R$ 150 milhões (pouco mais de 11%) da obra foram aditados aos contratos do Transcarioca por causa de alterações no projeto, percentual que ele considera normal diante da complexidade da obra.
A prefeitura explicou ainda que outros R$ 300 milhões que foram acrescidos aos contratos não se referem a despesas extras, mas sim a revisões previstas em contrato dos custos de insumos que foram atualizados pela inflação do período.
— Em qualquer licitação de uma obra como essa há uma cláusula de reajuste. Olhe o mês de referência e aplique o IPCA até elas terminarem. Numa obra que começa em 2010 com um valor R$ 1,3 bilhão, se você aplica o IPCA do período, chega a quase a R$ 1,6 bilhão. Isso não é um aditivo, isso não é uma excrecência, e isso vai acontecer em todas as obras da prefeitura — afirmou Paes.
O prefeito alegou ainda que cerca de R$ 180 milhões do aumento são referentes à construção das estações e dos terminais complementares do corredor viário, que era objeto de um outro contrato. Ele disse que a prefeitura tentou licitar em separado as estações, mas, como a empresa vencedora, a construtora Sanerio, teve problemas de entrega e descumprimento de contrato no Transoeste, o município cancelou a concorrência.
— Nós licitamos estes terminais das estações e quem venceu o processo licitatório foi uma empresa que nos tinha trazido uma péssima experiência no outro BRT. Por isso, tomamos uma decisão estratégica de cancelar esta licitação e agregar o projeto ao custo da obra. Este é um objeto novo — disse Paes.
Ele afirmou também que o traçado sofreu um desvio a pedido do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o que gerou um custo de R$ 48 milhões.
Inauguração antes do prazo
O prefeito acrescentou ainda que, apesar de a inauguração do Lote 1, trecho que vai ligar a Barra da Tijuca à Penha, estar um mês atrasada, a prefeitura vai entregar todo o sistema com três meses de antecedência. Segundo ele, as obras do Lote 2, cujo prazo de entrega é setembro, ficarão prontas antes da Copa:
— A gente só não inaugurou o Lote1 em fevereiro porque eu disse para os engenheiros da prefeitura que não queria inaugurar só um trecho da obra para não dizerem que estávamos entregando a obra incompleta.
Entre as razões que contribuíram para o aumento de custos, estão situações curiosas, como a mudança no projeto de uma ponte estaiada na Ilha. A licitação da obra tomou como base um projeto conceitual. A proposta original previa que a ponte teria um mastro de 120 metros de altura nas imediações de uma das cabeceiras de pista do Galeão. Somente quando os arquitetos foram desenvolver o projeto constataram que a altura interferiria no tráfego aéreo. A solução foi projetar e construir duas estruturas de 60 metros.
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário