O governo brasileiro, em parceria com o Banco Mundial (Bird) e o
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (Pnud), lançou
sexta (21), no Rio de Janeiro, a iniciativa Aprendizagem para um Mundo
sem Pobreza (WWP). Em um primeiro momento, o objetivo do trabalho é
disseminar experiências brasileiras de sucesso na assistência social e
combate à pobreza para profissionais da área de políticas sociais de
outras nações, por meio do site wwp.org.br. A ministra de
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, explicou que
futuramente o espaço servirá de plataforma para trocas de experiências
virtuais de combate à fome e à pobreza.
"Nosso desejo é que possamos recepcionar experiências
bem-sucedidas de outros países, não apenas com resumo e avaliação de
impacto, como também com dicas de como implementar esses programas e
como torná-los bem sucedidos em outros países", declarou a ministra.
"Não queremos um depósito de documentos aleatórios apenas", comentou, ao
dizer que a plataforma terá vídeos, experiências gravadas com visita in
loco, informações que sirvam de ferramentas de trabalho, sem que os
gestores estrangeiros precisem sair de seus países.
O site foi lançado durante o Fórum de Aprendizagem Sul-Sul 2014,
promovido pelo Banco Mundial, que reuniu durante quatro dias
formuladores de políticas, gestores e técnicos de programas sociais de
50 países em desenvolvimento para desenhar e implementar sistemas de
proteção social e trabalho. O site deverá também oferecer redes
interativas em que os participantes poderão fazer perguntas e opinar
sobre pontos práticos das políticas apresentadas.
O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência
da República e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea), Marcelo Neri, informou que as trocas, perguntas e opiniões
também servirão para que o Brasil aprimore suas políticas ou mesmo crie
novas, com base em experiências de outros lugares. Ele deu como exemplo o
Programa de Microcrédito Produtivo Orientado (Crediamigo), criado em
Blangadesh e adaptado no Brasil. "Em muitos casos, não temos ideia do
que está sendo feito. Por isso, precisamos ter esse banco de
conhecimento conjunto, de memória coletiva de troca, que é muito útil".
O presidente do Programa das Nações Unidas no Brasil, Jorge
Chediek, e a diretora do Banco Mundial para o Brasil, Deborah Wetzel,
disseram que o apoio à iniciativa visa, principalmente, a passar da
teoria para a prática, e os resultados de sucesso do governo brasileiro
podem ajudar outros países que enfrentam grandes desigualdades sociais.
"É um exemplo que vale a pena mostrar a todos os países do mundo
para que aprendam lições, e por isso escolhemos o país como líder nessa
questão", explicou Deborah. Ela esclareceu que o Banco Mundial tem
parcerias similares com outros países para a disseminação de
conhecimento de políticas públicas. "Na China, por exemplo, temos uma
parceria sobre transporte urbano; na África do Sul, sobre saúde",
mencionou ela.
Fonte: Agência Brasil
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