quinta-feira, 13 de março de 2014

Despreparo marca atuação dos agentes da CET-Rio


O despreparo dos agentes da CET-Rio recrutados para orientar os motoristas no caótico trânsito da cidade é evidente desde o começo das mudanças causadas pelo Projeto Porto Maravilha. Há poucos dias de completar um mês de fechamento do Mergulhão da Praça XV, quem precisa passar pelo Centro da cidade ainda sofre com a falta de informações e com orientações equivocadas. Os motorista que já enfrentam diariamente engarrafamentos e lentidão, são obrigados agora a descobrir, na maioria das vezes sozinhos, qual rota levará ao seu destino.

Agentes da Prefeitura foram remanejados de outras áreas para auxiliar controladores que já atuam no Centro
Agentes da Prefeitura foram remanejados de outras áreas para auxiliar controladores que já atuam no Centro
Para o presidente da Associação dos Taxistas do Brasil, Ivan Fernandes, “o trânsito está um caos. Infelizmente o governo não é presente e nós, taxistas, ficamos à deriva”. Sobre a qualificação dos agentes designados pela CET-Rio, Ivan critica: “No final da tarde e em dias de chuva, a maioria dos agentes desaparece. Em alguns momentos eles se fazem presentes, mas raramente sabem informar alguma coisa. Eles estão ali, parados nos semáforos e é isso. Saber explicar, resolver e conduzir, eles não sabem. E o pior é que não têm iniciativa. Se dizem ‘Não sei’, é ‘não sei’ e acabou”.
A estudante Gabriela Pantaleão, 21 anos, também teve problemas com as orientações dos agentes. Ela e o namorado seguiam de Niterói para a Zona Sul do Rio. Gabriela conta que, ao descerem a Via Binário, não encontraram placas indicando o caminho. Assim, seguiram até a Candelária, na direção que levaria ao Mergulhão, já fechado. “Paramos para pedir informação e saber o que fazer para chegar à zona sul. O agente da CET-Rio disse que não poderia ajudar porque estava no Aterro no dia anterior e não sabia o que indicar”, relatou. Gabriela disse ainda que passageiros de outro carro também pediram uma informação ao agente e ouviram a mesma resposta. Para chegar ao seu destino, o casal precisou contar com a sorte. “Fomos baseados no que sabíamos: demos uma volta enorme, voltamos para a Via Binário e, aí sim, acertamos o caminho”, contou Gabriela.
Segundo a professora da Coppe/UFRJ e engenheira de transportes, Eva Vider, a falta de informação é um dos grandes problemas nesse período de mudanças. “É preciso um planejamento melhor antes de fazer alterações como as que foram feitas até aqui e, após as mudanças, é vital ter informação ampla. Eu não sei até que ponto os agentes estão ajudando, mas sei que os pedestres também recorrem a eles quando querem saber onde o ônibus está passando agora e eles precisam saber informar”. Eva ressaltou a importância das informações relevantes e democráticas. “Nem todo mundo tem um smartphone para recorrer quando está na rua, sem informação. As pessoas precisam sair informadas de casa. Por isso, as redes sociais e os sites oficiais precisam conter essas informações. Nem sempre os sites de pesquisa, como o Google, estão corretos”, analisou a engenheira
Segundo a Prefeitura, medidas foram tomadas para orientar motoristas e garantir a fluidez das vias
Segundo a Prefeitura, medidas foram tomadas para orientar motoristas e garantir a fluidez das vias
A Prefeitura, por meio da CET-Rio,informou que “a operação na região central da cidade conta com operadores de tráfego remanejados de outras áreas para auxiliar os controladores que atuam no Centro. Esses profissionais trabalham em regime de hora extra, justamente para minimizar o impacto em outras localidades”. Ainda segundo a Prefeitura, a Concessionária Porto Novo mantém equipes adicionais para dar suporte e “essas medidas visam orientar motoristas e garantir a fluidez das vias”. Perguntada, a Prefeitura não respondeu como é feito o treinamento dos agentes remanejados e nem informou se foram feitas contratações para aumentar o número de profissionais após as mudanças.
Fonte: Jornal do Brasil

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