Não deve produzir maiores efeitos sobre os juros, a medida que
permite que o comprador transfira de um banco para outro contratos de
financiamento habitacional firmados com recursos do FGTS. Anunciada
nesta quarta-feira pelo Conselho Curador do FGTS para esses empréstimos,
a portabilidade é vista como um fator que estabelece a concorrência
entre os bancos. Mas, nessa modalidade de financiamento, Caixa Econômica
Federal e Banco do Brasil concentram quase todos os contratos. E,
segundo suas assessorias, pelo menos no curto prazo não haverá mexida
nas taxas.
Nos bancos privados, a maior parte dos financiamentos concedidos
entram nas linhas do Sistema Financeiro Habitacional (SFH), que usa
recursos oriundos da poupança. O Santander, por exemplo, usa recursos do
fundo para financiar a construção de alguns empreendimentos. As
unidades desses empreendimentos podem ser financiadas com recursos do
FGTS para os compradores finais, no entanto, o banco não dispõe de linha
de financiamento com recursos do fundo para a aquisição de imóveis em
outros empreendimentos. O número de contratos, portanto, segundo a
assessoria de imprensa da instituição, é muito pequeno.
Bradesco, Itaú e HSBC não trabalham com linhas de financiamento imobiliário com recursos do FGTS.
Confira as taxas praticadas pelos bancos públicos:
Banco do Brasil: No programa Aquisição PF FGTS, os
imóveis de até R$ 190 mil podem ser financiados por famílias com renda
de até R$ 5.400. As taxas são a partir de 4,59% ao ano + TR e variam de
acordo com a faixa de renda, localização e valor do imóvel. Já no
Pró-Cotista, os limites são os mesmos do SFH. Imóveis de até R$ 750 mil
no Distrito Federal, São Paulo, Rio e Minas, e até R$ 650 mil no
restante do país, e taxas de juros a partir de 7,9% ao ano. + TR (para
clientes que recebam o salário no banco) e de até de 8,9% a.a. + TR,
para os demais clientes. Nesse caso, contudo, é preciso ter conta ativa
no FGTS com mínimo de 36 contribuições pagas ou, em caso de conta
inativa, ter ao menos 10% do valor do imóvel na conta.
Caixa Econômica Federal: Imóveis novos ou usados de até
R$ 190 mil podem ter até 90% de seu valor financiado. As taxas variam de
acordo com a renda familiar bruta mensal. Para quem ganhar entre R$ 465
e R$ 2.455, a taxa é de 5% ao ano + TR; para renda de até R$ 3.275, a
taxa é de 6% a.a. + TR; até R$ 5 mil, 7,16% a.a. + TR; e até R$ 5.400,
taxa de 8,16% a.a. + TR. Pessoas com conta no FGTS há pelo menos três
anos têm desconto de 0,5% nas taxas.
Fonte: O Globo
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